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terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Caetano José Machado: Um encontro que mudou gerações

 


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(Texto compartilhado no dia 27 de outubro de 2025 por Susana Machado Félix)

Em 1906, o missionário Frederick Glass passou pela Vila São Sebastião do Allemão, conhecida hoje como Palmeiras de Goiás, e ficou na residência do meu bisavô materno, Caetano José Machado, que era coletor de impostos e já havia se convertido. Segundo anotações de antigos historiadores da cidade, "as reuniões eram tumultuadas por pedras lançadas no telhado; formavam-se procissões para perturbar o local do culto". Uma dessas procissões foi "sustentada com paus" pelo Caetano José, bisavô de Susana Machado Félix.

Surpreendentemente, Caetano José foi o primeiro a se tornar membro da maçonaria em Palmeira de Goiás, em março de 1892, junto com um sobrinho da Prudenciana Justina Machado. Ela se converteu aos 13 anos, ouvindo os cultos da Igreja Cristã Evangélica que eram realizados nas casas vizinhas. Foi nesse período que fez um pacto com Deus, prometendo servir com lealdade para abençoar sua família até a quarta geração. Ela abandonou o sobrenome Goulart, que era herdado de seu pai, por não querer retornar às suas raízes católicas, como desejava seu pai.

Palmeiras de Goiás era uma cidade marcada por intensas diferenças religiosas. A divisão era evidente, até mesmo os cemitérios dos protestantes e católicos eram separados. A história do Caetano José está registrada em um livro cuja primeira edição se perdeu no lançamento, restando apenas o rascunho que uma familiar repassou.

Caetano José Machado nasceu em Água Branca, Alagoas, em 1870, filho de Antônio Ignácio Machado e Antônia Maria Machado. Até o presente estudo genealógico, a família não sabe informar se o bisavô de Susana tinha irmãos, pois durante entrevistas a parentes, os tios avós nunca comentaram sobre isso. 

Ele se casou por procuração por volta de 1890 e já estava em Goiás. Eles tiveram 16 filhos. Caetano faleceu 45 dias depois da bisavó de Susana, em 23 de outubro de 1955, em Goiânia.


Água Branca/AL

Até o meio do século XVIII, a área conhecida como Água Branca estava sob a jurisdição da sesmaria de Paulo Afonso, situada na Província de Alagoas, que na época era chamada de Mata Grande. Este território era pertencente a Paulo Viveiros Afonso, um sertanista que recebeu, por meio de um Alvará Real datado de 03 de outubro de 1725, uma vasta extensão de terrenos que hoje compõem os municípios de Mata Grande, Piranhas, Delmiro Gouveia, Olho D’água do Casado, Pariconha, Inhapi e Canapi. 

A fundação do local deve-se a três irmãos portugueses da família Vieira Sandes: Faustino, José e João, que eram originários do Arquipélago dos Açores, em Portugal. Eles deixaram a localidade de Vale de Itiúba, situada às margens do rio São Francisco e atualmente parte do Município de Porto Real do Colégio (AL), além de Boacica, que hoje é parte do Município de Igreja Nova (AL), e se dirigiram para o sertão alagoano com a intenção de desenvolver a área por meio de fazendas, criação de gado e a construção de vilas. Ao chegarem à sesmaria de Paulo Afonso, fundaram uma nova povoação. Para distingui-la de Mata Grande, a nova localidade recebeu o nome de Mata Pequena, Matinha de Água Branca ou Mata de Água Branca. 

O nome Água Branca surgiu por causa de várias fontes naturais com água clara e límpida que existem na região. O primeiro desbravador da cidade de Água Branca foi Faustino Vieira Sandes, capitão da Guarda Nacional Imperial. Este imigrante português nasceu em 1680 e faleceu em 1760, aos 80 anos. Teve três crianças: João Vieira Sandes (nome que também pertenceu a um irmão), Faustino Vieira Sandes (compartilhando o mesmo nome que o pai) e José Vieira Sandes (nome herdado de um irmão). Naquela época, era comum entre as famílias a repetição de nomes como forma de preservar a linhagem e a ascendência nas gerações futuras. Além das boas pastagens que a região da caatinga proporcionava, a riqueza das áreas montanhosas atraiu muitos investidores, e as propriedades na sesmaria foram vendidas em um leilão em 1769 na cidade de Recife (PE), adquirido pelo capitão Faustino Vieira Sandes (filho), que já ocupava a terra por meio de arrendamento. Com o passar dos anos, o comércio local se expandiu, desenvolvendo-se com a criação de gado, a produção de açúcar, algodão e com grandes feiras que comercializavam gado, peles e iguarias, estimulando a economia e o progresso da área. Esses atrativos conseguiram levar outros fazendeiros de diversos estados brasileiros a visitar e, em alguns casos, se estabelecer na localidade.

No início da colonização, a família Vieira Sandes se estabeleceu nas planícies da caatinga no sertão visando à criação de gado, desbravando propriedades como Matinha, Boqueirão, Cobra, São Bento, Paraíso e Pedra. Gradualmente, eles se expandiram para as áreas mais altas da região, erguendo a Vila de Água Branca no centro dos vales montanhosos que cercam a Serra da Charneca, a Serra do Mulungu Central, a Serra da Tatajuba, a Serra dos Gonçalves, a Serra do Canto, a Serra do Paraíso, a Serra do Mulungu e a Serra do Paraíso no lado oposto. A cidade de Água Branca e suas características geográficas são definidas por quatro vales distintos.

Em 1770, o Major Francisco Casado de Melo construiu a primeira igreja situada em uma área central entre três núcleos populacionais: Várzea do Pico, Olaria e Boqueirão. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi o principal local de culto na região até o surgimento da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. No início do século XIX, as famílias Teodósio, Vieira, Viana e Félix iniciaram a ocupação de Pariconha, dedicando-se à agricultura, criação de gado e principalmente à criação de pequenos animais. Segundo a tradição local, um ouricurizeiro que produzia frutos com duas conhas, como eram chamadas as polpas, inspirou o nome da cidade, que inicialmente era ‘Par-de-Conha’ e posteriormente foi abreviado para Pariconha. Instalados em uma área chamada “Povoado Caraibeiras dos Teodósios”, às margens do Rio Moxotó, a família Teodósios ainda tem seus descendentes por lá. O restante das famílias pioneiras na colonização da área se estabeleceu onde atualmente está localizado o centro do município. Anos após a chegada desses primeiros colonizadores, um grupo da tribo indígena Jaripancós, oriundos do Município de Tacaratú (PE), especificamente de uma região conhecida como “Brejo dos Padres”, formou uma aldeia na Serra do Ouricuri, nas proximidades da nova povoação.

A história documenta a significativa visita do Imperador Dom Pedro II, que esteve acompanhado de uma delegação e da Imperatriz Thereza Cristina, à Cachoeira de Paulo Afonso, ocorrida em 20 de outubro de 1859. Este evento é lembrado por meio de um marco em bronze que foi colocado nas proximidades da Usina Angiquinho. No seu Diário de Viagem, Dom Pedro II menciona que percorreu as áreas do Baixo do São Francisco, destacando Água Branca. O Major Calaça, que era natural de Penedo, se mudou para Água Branca para se dedicar ao comércio e à pecuária. Com um extenso conhecimento da área, o Major Calaça atuou como guia para o imperador. As informações que o Major compartilhou sobre a vegetação e a vida animal da região impressionaram bastante Dom Pedro. No seu Diário, Dom Pedro II escreveu:

"Já me preparava, tendo acordado antes das 04:00h, e às 04 horas e 37 minutos partimos dos Olhos d’Água em direção ao Talhado, uma fazenda que cultiva alimentos e cria gado, chamada por aqui, Major Calaça, que parece ter grande interesse por agricultura, possuindo em Água Branca, a 06 léguas do Talhado, um sítio repleto de várias frutas, entre elas uma banana que eu não conhecia, chamada dente-de-porco. As atas, ou pinhas, não estão frutificando neste momento, assim como ocorre com o umbuzeiro do qual o Calaça me mostrou um exemplar durante o trajeto e que é abundante por aqui, especialmente na mata de Água Branca. As atas, ou pinhas, não apresentam fruto agora, da mesma forma que o umbuzeiro, cuja planta o Calaça me mostrou no percurso e que é uma espécie comum nessa região, em especial na Mata de Água Branca."



Texto de Patrício Holanda



Referências bibliográficas:

A história de Água BrancaDisponível em: >(https://www.aguabranca.al.gov.br/a-historia/)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

Caetano José MachadoDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GXP7-BQ8)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

Frederick Charles GlassDisponível em: >(Frederick Charles Glass (GuardaChuva Educação))<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

Prudenciana Justina de JesusDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GXPQ-LKQ)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Família Franco: Uma oligarquia que moldou Sergipe



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Conforme a dissertação de mestrado da UFS, a família Franco, que possui impacto em diversos níveis de poder no estado, teria desenvolvido sua influência a partir da exploração do trabalho nas plantações de cana-de-açúcar durante a época colonial do Brasil, expandiu seus negócios e se envolveu na política durante a Era Vargas, além de ter avançado em mídias e outros empreendimentos durante o período da ditadura militar, continuando até os dias atuais com a precarização em suas usinas. Bruno afirma que a família utilizou sua riqueza, proveniente da ocupação de várias áreas que se tornaram fazendas (sendo que 19,4% do município de Riachuelo pertence aos Franco), para afetar a política do estado. Na década de 1940, já estavam investindo na política partidária, com a eleição de Walter do Prado Franco como senador pela UDN.

Atualmente, além das usinas, fazendas, negócios agropecuários, indústrias e um shopping, os integrantes da família Franco também controlam meios de comunicação, como a TV Sergipe (afiliada à Globo) e a TV Atalaia (afiliada à Record), cujos direitos de transmissão foram obtidos durante a ditadura militar (1964-1985).

No presente, a família Franco não ocupa cargos eletivos, mas ainda teria poder de influência nas decisões políticas. De acordo com a dissertação de Bruno Vieira, a família conseguiu uma certa forma de "proteção", mesmo no âmbito do Judiciário. Um exemplo recente foi a permanência do ex-deputado estadual Marcos Franco como secretário estadual do Turismo, mesmo após ser acusado de violência contra a mulher.

Bruno Vieira é um professor que se especializou em Ciência Política, possui um mestrado em Geografia e é parte do Grupo de Pesquisa em Estudos Urbano-regionais, Política e Educação da UFS.

O foco geográfico de sua pesquisa abrange os municípios de Riachuelo, Laranjeiras, Areia Branca, São Cristóvão, Itaporanga D’Ajuda, Aracaju, Barra dos Coqueiros e Nossa Senhora, onde o domínio econômico e geográfico da família Franco se originou e persiste.

A família Franco é considerada tradicional, mas não encontramos evidências de que tenham chegado ao Brasil já estabelecidos, visto que já em 1700 e poucos, o nome dos Franco aparecia em registros oficiais. O que destaco sobre a posse da terra é que, uma vez que grupos específicos detêm terras, eles detêm poder. 

Uma vez que a família Franco já possuía terras desde a época colonial e, a partir de 1850, a terra passa a ser de propriedade privada (anteriormente pertencente à Coroa, que não vendia, mas concedia as terras, podendo retirá-las quando desejasse); após conseguirem manter a posse privada a partir de 1850, os Franco adquiriram capital e meios de exploração, uma vez que a terra serve como um recurso de exploração. A terra é tanto um resultado quanto uma condição da luta de classes. Tudo se desenvolve sobre esse espaço.

Eles sempre foram donos de escravos, bem como grandes proprietários de terras e coronéis. A partir da década de 1940, eles se inseriram de fato na política, embora já tivessem influência desde o século XIX.

Getúlio Vargas, na presidência, era responsável por indicar os governadores dos estados e os interventores no período do Estado Novo. Os grandes proprietários de terras, que eram donos de engenhos antes de se tornarem usinas, influenciavam as escolhas promovidas por Vargas, evidenciando essa influência.

A Era Vargas não quebrou o poder das oligarquias. Em Sergipe, os Franco continuaram a desfrutar, estabelecer e expandir seu controle econômico e político. De que maneira? Com a posse da terra, eles puderam acessar e atuar na política e na Justiça.

Durante a gestão de Getúlio Vargas, foi criado um projeto denominado Instituto do Açúcar e Álcool (IAA), uma iniciativa pública. Este programa foi crucial na transformação dos antigos engenhos de açúcar em usinas modernas. A ascensão dos Franco ocorreu através da posse de terras e do acesso a políticas públicas e estruturas estatais entre as décadas de 1940 e 1960.

Eles sempre foram escravocratas. Atualmente, vivemos uma forma moderna de escravidão, refletida no trabalho assalariado.

Com acesso às políticas públicas, eles as moldam e promovem seus negócios e grandes propriedades. Diversas políticas públicas aumentaram significativamente suas riquezas. Os Franco evoluíram de um engenho, conhecido como Engenho São José (agora chamado Usina São José do Pinheiro), para possuírem mais de 15 fazendas – isso apenas sob a Usina Pinheiro localizada em Laranjeiras, Areia Branca e Riachuelo. Hoje, os Franco controlam 15% da área de Laranjeiras.

Essas propriedades rurais nunca foram verdadeiramente deles. O que realmente possuíam era o Engenho São José do Pinheiro, por herança. Com o início da República Velha, eles conquistaram o Engenho Central.

Nas décadas de 1970 e 1980, houve uma intensa exploração da mão de obra local. No entanto, atualmente, a força de trabalho nos canaviais dos Franco vem do interior de Alagoas e da Bahia, e não mais do agreste sergipano ou da região do Vale do Cotinguiba. Os trabalhadores dessa área foram forçados a se mudar para a capital ou para Itabaiana, ou se recusaram a aceitar a exploração laboral. Do interior de Alagoas, muitos são descendentes de indígenas, e do interior da Bahia, a força de trabalho é composta em grande parte por negros. Eles organizam o transporte desses trabalhadores por meio de ônibus.

Existem duas fases, a de colheita e a de semeadura. Normalmente, os trabalhadores que realizam a colheita da cana se alojam em depósitos temporários. A precariedade abrange desde a alimentação até a habitação, passando pela ausência de cuidados com os ferimentos, exposição ao sol e ao calor nesses depósitos. Além de formar um espaço de exploração laboral, essas regiões também se transformam em áreas de curral eleitoral.

Os anos da ditadura militar representaram um período de prosperidade para o setor empresarial, especialmente para os grandes proprietários de terras, devido ao favorecimento dado por aliados do comércio em troca de benefícios. A permanência do regime militar no poder dependia de os empresários receberem em troca um aumento significativo de investimentos públicos nas suas iniciativas privadas.

O Exército impôs ao grande setor empresarial – no caso de Sergipe, os proprietários de usinas de cana – uma série de políticas públicas voltadas para o crescimento econômico e produtivo, como foi o caso do Proálcool na década de 70, em meio à crise do petróleo. O Proálcool injetou uma quantia considerável de recursos na produção de cana em todo o país. No Nordeste, a situação foi semelhante, pois era a região central da produção de cana, deslocando-se para São Paulo a partir dos anos 90.

Os Franco obtiveram enormes vantagens, expandindo suas propriedades, aumentando suas plantações de cana e diversificando suas produções para açúcar e álcool. Esse crescimento resultou em um aumento significativo no número de pequenos agricultores que migraram para a capital e a área metropolitana nas décadas de 70 e 80.

Os pequenos agricultores se viram obrigados a vender suas pequenas propriedades devido à competição que os canaviais dos Franco impuseram. Eles precisaram se deslocar ou aceitar condições de trabalho precárias, se desfazer de suas terras ou lotear para grandes proprietários. Isso levou à formação de vilas operárias, que ainda podem ser encontradas nas plantações de cana dos Franco.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Política e poder: influência da família Franco na reprodução do espaço sergipanoDisponível em: >(Política e poder: influência da família Franco na (re)produção do espaço sergipano (Dissertação Bruno Vinícius Santos Vieira - RIUFS))<. Acesso em 09 de março de 2025.

SE: família Franco influencia política desde a década de 40Disponível em: >(SE: família Franco influencia política desde a década de 40 (Terra))<. Acesso em 09 de março de 2025.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Paraguaçu ancestral: As raízes das famílias Dias Adorno, Rodrigues e D’Ávila

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(Texto compartilhado no dia 11 de fevereiro de 2025 por Alexandre Gonçalves do Bonfim)

Em 1552, D. Duarte da Costa foi escolhido para ser o governador geral do Brasil, sendo filho de D. Álvaro da Costa, que atuava como camareiro e armador-mor do rei D. Manuel I. Apesar de sua família não ser da nobreza, eles mantinham uma forte conexão com a corte portuguesa, o que ajudou na sua ascensão ao cargo. D. Duarte possuía uma relação próxima com o príncipe D. João III, o que pode ter tido um papel importante em sua nomeação. Durante seu período no cargo, ele, junto com seu filho, D. Álvaro da Costa, reprimiu os indígenas, especialmente os Tupinambás.

Antes de voltar a Portugal em 1557, D. Duarte fez a doação de uma sesmaria entre os rios Jaguaripe e Paraguaçu para seu filho, D. Álvaro, em reconhecimento aos seus serviços. Em 1562, D. Álvaro buscou a validação dessa doação, já que a terra permanecia desocupada devido à resistência dos indígenas. A Coroa não apenas confirmou a posse, mas também transformou a área em capitania, concedendo a D. Álvaro poderes de jurisdição e a capacidade de distribuir sesmarias. Isso possibilitou uma melhor organização do território na área.

Após a transformação da sesmaria em capitania, D. Álvaro pôde realizar a distribuição de terras, que ocorreu entre os anos de 1560 e 1570. Contudo, ele nunca retornou ao Brasil e designou seu primo, Fernão Vaz da Costa, como seu representante no Paraguaçu. Após o falecimento de Fernão em 1568, seu genro, Martim Carvalho, assumiu o cargo, continuando a administração e recebendo terras na região. A dinâmica das doações e a mobilização de descendentes de figuras proeminentes como Diogo Álvares Correa, conhecido como Caramuru, evidenciam a importância das alianças familiares e militares na formação da sociedade colonial na Bahia.

Álvaro Rodrigues e Paulo Dias Adorno casaram-se com duas das muitas filhas de Diogo Álvares Correia e suas esposas Tupinambá. Paulo Dias Adorno casou-se com Felipa Álvares, enquanto Afonso Rodrigues tomou Madalena Álvares como noiva, conforme relata Frei Jaboatão. Algumas fontes sugerem que ambos chegaram ao Brasil ao lado de Martim Afonso de Sousa durante a sua expedição inicial para os portugueses na América. Há também alegações de que eles chegaram à Bahia enquanto escapavam de acusações de assassinato em São Vicente. Juliana Brainer Neves observa que Dias Adorno era um nobre de família de Gênova. No entanto, para Rodrigues não há informações claras sobre a sua situação social no reino, apenas que era oriundo da vila de Óbidos.

É importante notar que a ligação entre essas três famílias facilitou a ascensão social dessa linhagem, atribuída às honras e recompensas recebidas por serviços prestados à administração colonial. Além disso, o fortalecimento do status dos descendentes de Caramuru foi impulsionado pelo casamento de sua neta, Izabel Dias, com Garcia D'Ávila. A fusão das propriedades de ambas as famílias desempenhou um papel crucial na formação da renomada e vasta propriedade da família D'Ávila. Esse contexto ressalta a importância das uniões familiares na administração da terra e no serviço à Coroa em busca de benefícios, que, como ilustra o historiador Rodrigo Ricupero, foram cruciais para a acumulação da riqueza dos latifundiários na Bahia durante os séculos XVI e XVII.

Ao todo, foram concedidas 08 concessões de terras às famílias Dias Adorno e Rodrigues e aos descendentes de Diogo Álvares Correia, conhecido como Caramuru. Entre as diversas expedições organizadas pelo governo geral com o objetivo de extrair minerais preciosos, reprimir levantes indígenas e escravizar indígenas, existem numerosos registros que indicam o envolvimento de membros da família, incluindo algumas incursões na região do Paraguaçu. O relato mais antigo da participação de um membro da família em expedições ao Paraguaçu é o de António Dias Adorno, filho de Paulo Dias Adorno, durante o mandato de Mem de Sá, que era o líder na época. Em seguida, há o registro de Álvaro Rodrigues, filho de Afonso Rodrigues, liderando uma expedição ao Paraguaçu em 1573 sob as ordens do governador Luís de Brito. Após esse evento, Afonso Rodrigues estabeleceu um engenho de açúcar ao norte do rio, próximo a Iguape.

Consequentemente, é razoável considerar que as concessões de terras dadas aos Rodrigues, aos Dias Adorno e aos descendentes de Caramuru possam ter sido influenciadas pelo envolvimento dessas famílias em algumas das expedições realizadas no vale do Paraguaçu. Felipa Álvares, filha de Caramuru e esposa de Paulo Dias Adorno, recebeu terras perto do rio Capanema. Nessas terras, o filho do casal, Antônio Dias Adorno, que havia apoiado Mem de Sá nas missões para subjugar os indígenas no Paraguaçu, estabeleceu dois engenhos de açúcar na década de 1570. Como sertanista, ele também participou de viagens à capitania de Porto Seguro e recebeu uma concessão de 1200 braças de terra cedidas para Gomes Rodrigues.

Gaspar Rodrigues também foi homenageado por Pero Carreiro. O filho mais novo de Afonso Rodrigues recebeu, em 12 de maio de 1574, 3000 braças quadradas. É interessante observar a particularidade de sua doação, que impunha ao Rodrigues a responsabilidade de povoar as terras designadas para pecuária em até seis meses. Um acordo semelhante foi estabelecido nas cartas de doação de sesmaria de Belchior Dias Porcalho (que possuía um engenho de bois na região de Parnamirim, conforme Gabriel Soares de Sousa), de Catarina Álvares (filha de Caramuru que obteve 5000 léguas próximas à foz do rio Jaguaripe) e de Antônio Paiva (casado com Felipa de Figueiredo, neta de Caramuru).

É relevante também o caso de Cristóvão de Barros, que recebeu uma légua de terra nas áreas do Ibatatan em 25 de julho de 157820, onde foi edificado um engenho. Ele era filho do donatário do Ceará, António Cardoso de Barros, um escudeiro fidalgo ativo na Índia. Cristóvão de Barros chegou à Bahia ao lado de seu pai, que, após desistir de sua capitania (do Ceará), foi nomeado o primeiro provedor-mor da fazenda do Brasil em 154921.

Na Bahia, ele começou sua trajetória como soldado, mas em 1566 tornou-se capitão-mor de uma esquadra enviada do reino para auxiliar na fundação do Rio de Janeiro, capitania real que governou de 1572 até pelo menos 1575. Ele assumiu o cargo de provedor-mor, que herdou do pai, e foi o líder na conquista da área onde foi estabelecida a capitania de Sergipe Del Rey, da qual foi o primeiro capitão. Além disso, tomou parte do governo geral interino entre 1587 e 1591 e, segundo Ricupero, possuía várias propriedades em Sergipe e no Rio de Janeiro (onde tinha um engenho)22. Como mencionado anteriormente, Cristóvão de Barros atuou como soldado na Bahia na década de 1560. Portanto, não se deve ignorar que ele recebeu a sesmaria na donataria de d. Álvaro da Costa como uma compensação por sua possível participação nas guerras do Paraguaçu.

Assim, é possível notar que a capitania do Paraguaçu foi uma fonte de mercês para indivíduos que estavam associados ou participavam da administração colonial.



Texto adaptado por Eugênio Pacelly Alves




Referências bibliográficas:

Arquivo Nacional do Rio de Janeiro (ANRJ). Fundo da Tesouraria da Fazenda da Província da Bahia. Synopse das Sesmarias Registradas nos Livros Existentes no Archivo da Thesouraria da Fazenda da Bahia. Códice 155. [1534-1828].

BRASIL. Biblioteca Nacional. Documentos Históricos: Patentes (1677-1678). Forais, doações, mandados e regimentos (1534-1551). Volume 13. Rio de Janeiro: Augusto Porto & C., 1929. 

GAVETAS (As) da Torre do Tombo. Lisboa: CEHU, 1960-1977, p. 512-515. V. XVIII, 05- 13. 

JABOATÃO, Frei Antônio de Santa Maria. Catalogo genealógico das principais famílias procedentes dos Albuquerques e Cavalcantes em Pernambuco e Caramuru na Bahia por frei Antônio de Santa Maria Jaboatão. In: Revista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro. Tomo LII, Parte I. Rio de Janeiro: Laemmert & C., 1889. 

LEME, Margarida. D. Álvaro da Costa: o fiel servidor do rei, o fundador da família. In: ROSA, Maria de Lurdes (coord.). D. Álvaro da Costa e a sua descendência, séculos XVXVII: poder, arte e devoção. Lisboa: IEM/CHAM, 2013. 

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE. Biblioteca Nacional. Documentos Históricos. v.35. v.36. Provimentos Seculares e Eclesiásticos. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1937.

NEVES, Juliana Brainer Barroso. Colonização e resistência no Paraguaçu: Bahia 1530-1678. Salvador: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 2008, p.18-19. Disponível online: Acesso em 27 de abril de 2019.

RUY, Affonso. História da Câmara da cidade de Salvador. Salvador: Câmara Municipal, 1949. 

SALDANHA, Antônio Vasconcelos de. As capitanias do Brasil: antecedentes, desenvolvimento e extinção de um fenômeno atlântico. Lisboa: CNCDP, 2001.

VIANNA, Francisco Vicente. A Bahia Colonial I e II. In: Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia. v.36 e v. 37. Salvador, 1909-11.

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Genealogia do poder: Como as famílias Franco, Garcez e Maynard se entrelaçaram em Sergipe

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Na época do Império, a família Dias Coelho e Mello, que tem uma ramificação com os Rollemberg, interagia com diversas figuras da república, como o ex-presidente Getúlio Vargas, que chegou a se hospedar na residência de Gel Maynard em Aracaju durante sua campanha presidencial. Leandro Maynard Maciel, que na ocasião era governador de Sergipe, foi indicado para o cargo de vice-presidente na chapa de Jânio Quadros, mas acabou por renunciar em favor de Milton Campos.

Além disso, conforme as informações disponíveis a respeito das famílias, estima-se que cerca de 31 personalidades relevantes na política tenham surgido delas. É claro que esse número não inclui aqueles considerados “menos ilustres” ou cujas informações não foram acessíveis. Dentre esses 31 políticos, 19 se destacaram no cenário político nacional, tanto durante o período imperial quanto na república. Desses, 12 atuaram no Senado, 06 exerceram a função de Deputado Federal, e apenas 01 não participou de um processo eleitoral, sendo nomeado pelo presidente João Goulart como Ministro do Supremo Tribunal Federal de Recursos em 1963: Armando Leite Rollemberg, que contou com a indicação de colegas na câmara federal, incluindo Oliveira Brito (SANTOS, 2002, p. 134). Os outros 12 políticos que fazem parte dos grupos familiares e não atingiram projeção nacional são 4 prefeitos de municípios sergipanos, um prefeito de Taquaritinga em São Paulo, Joaquim Machado de Faro Rollemberg, 01 vice-governador da antiga província de Sergipe, 01 governador de Sergipe, 01 secretário de Governo Provincial, 02 vereadores e 02 deputados estaduais. É importante destacar que a categorização apresentada distingue, de um lado, os indivíduos que ocupavam funções de "competência nacional", como Senador, Deputado Federal e Ministro, e, de outro, aqueles que não exerceram esses cargos, levando em consideração a posição mais alta que cada um alcançou.

Entre as estratégias de reprodução social, que abrangem áreas como educação e economia, a mais utilizada e valorizada por essas famílias são as alianças matrimoniais feitas com membros de outras linhagens proeminentes. Essas alianças constituem uma "estratégia de grande investimento social" (BOURDIEU, 1994 apud SEIDL, 2002, p. 8), ajudando na preservação e expansão dos recursos econômicos e simbólicos da família. O casamento pode unir descendentes de famílias "tradicionais" que detêm propriedades ou fortificar laços políticos, além de estabelecer conexões matrimoniais entre indivíduos da mesma família, mantendo os recursos familiares dentro do círculo.

Nesse contexto, a união matrimonial que ocorreu entre os membros das famílias Dias Coelho e Mello e Rollemberg possibilitou um significativo "projeto" econômico, político e social. O primeiro casamento, entre Amélia Dias e Mello [Rollemberg], que era filha do Barão de Estância, e José de Faro Rollemberg, conectou duas famílias de Barões. De um lado estava a família Dias Coelho e Mello, que possuía um duplo baronato — Cel. Domingos Dias Coelho e Mello (Barão de Itaporanga) e Antônio Dias Coelho e Mello (Barão de Estância) — e, do outro, a família do Barão de Japaratuba, Gonçalo de Faro Rollemberg, avô do noivo.

Além disso, de acordo com as ações sociais e políticas dos Rollemberg, existe também um aporte financeiro, como demonstra Albuquerque (2003-2008). Antes de falecer, o Barão de Estância deixou uma considerável herança para sua filha mais velha, Amélia Dias Rollemberg, com itens notáveis como o Engenho Escurial, um dos principais produtores de açúcar da região. O segundo grupo foi formado por Aurélia Dias, chamada D. Sinhá, e Gonçalo de Faro Rollemberg, representando um investimento social e material significativo, visto que o noivo era médico e herdeiro do engenho Topo, notável por sua produção de açúcar na Contiguiba, além de possuir ¼ dos bens do casal nobre Dias Coelho e Mello, pais de D. Sinhá.

Ademais, houve a união entre Lígia Maynard Gomes e José Garcez Vieira — um Garcez e uma Maynard. José, genro do General e ex-governador de Sergipe, Augusto Maynard Gomes, que se destacou na política através das revoltas tenentistas e sua estreita relação com o presidente Getúlio Vargas, tornou-se prefeito de Aracaju após ser nomeado em 1940. É sabido que ele representou a Ford em Sergipe, tendo chegado a vender o negócio para a família Teixeira. Após seu período na prefeitura, dedicou-se a atividades pecuárias na Fazenda São José, herdada de seu pai.

 

As Grandes Famílias Sergipanas

No que se refere à família Franco, o primeiro registro de um membro em Sergipe, confirmado por documentos antigos, segundo o historiador Ricardo Teles Araújo em seu livro intitulado de "Famílias Sergipanas no Período Colonial (2002)", remonta a João Gonçalves Franco. De acordo com a Relação do rendimento do açúcar dos engenhos entre 1754 e 1755, elaborada por José Antônio Caldas, ele possuía o engenho Serra Negra em 1788, situado no “Partido de Garajau”, onde havia um porto significativo para o embarque de açúcar produzido em Santo Amaro das Brotas. No entanto, não há informações sobre sua data de nascimento ou naturalidade, apenas se especula que outro João Gonçalves Franco (II), nascido por volta de 1760 e filho de Manuel Ferreira da Cruz — primeiro proprietário do engenho —, fosse seu neto.

Com base nas informações genealógicas, a família Franco apresenta vínculos distantes com os Maciel e os Sá, da qual provém o nobre português Mem de Sá, e, principalmente, com os Prado Pimentel. Na verdade, os laços entre Franco e Prado Pimentel se entrelaçam de maneira tão intensa que seria mais apropriado referir-se a ela como família Prado Pimentel Franco. O morador mais antigo da província de Sergipe dessa linhagem, comprovado por registros históricos, foi Albano do Prado Pimentel, junto com seu irmão, o Sargento-mor Antônio Coelho do Prado.

De modo geral, os membros da família Franco estão inicialmente associados aos engenhos de cana-de-açúcar, sendo também proprietários do Engenho Palmeiras, em Laranjeiras, assim como dos engenhos Camaçari e Pinheiro, pertencentes aos Pimentel Franco. A partir da metade do século XX, a família começou a ocupar posições de destaque na cena política, o que possibilitou o acesso a uma variedade de recursos sociais além dos derivados da produção açucareira.

Por sua vez, a família Garcez não possui registros claros sobre sua origem no Brasil, embora um dos ramos mais antigos remonte a Bento Garcez, no Rio de Janeiro, no século XVI. Também há registros em São Paulo, Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul. Em Sergipe, destaca-se Dr. Martinho de Freitas Garcez, mencionado por Armindo Guaraná (1925), nascido em 1810 no engenho Comandaroba, em Laranjeiras.

Já no século XX, a família Garcez continuou sua participação na vida política, sendo notável a figura de Arnaldo Rollemberg Garcez (Arnaldo Barreto Garcez), cuja trajetória política ilustra a ampliação das redes familiares e simbólicas em Sergipe.

Quanto à família Maynard, acredita-se que seja de origem britânica. Em Sergipe, há uma linhagem com o mesmo nome, incluindo o Desembargador Dr. João Maynard, nascido no engenho “Saco”, em Rosário do Catete, em 1878. A família Maynard consolidou-se politicamente entre as décadas de 1930 e 1960, mantendo laços com figuras centrais como Getúlio Vargas e D. Pedro II.

Por fim, em relação à família Rollemberg, segundo Ricardo Teles Araújo (Famílias Sergipanas do Período Colonial, 2002), suas origens são provavelmente germânicas. O primeiro registro de um Rollemberg em Sergipe remete a Manuel Rollemberg, nascido em 1713, proprietário de engenhos na região de Santo Amaro e Garajau. Ao longo dos séculos XVIII e XIX, os Rollemberg destacaram-se como senhores de engenho e figuras políticas, com ramificações nas famílias Botto, Barros Pimentel e Leite, consolidando-se entre as mais influentes do estado.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

BOURDIEU, P. & SAINT MARTIN, M. “La sainte famille: l’épiscopat français dans le champ du pouvoir”, in: Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nov. 1987.

SANTOS, Osmário. Memórias de Políticos de Sergipe no século XX. Organização de Afonso Nascimento. Aracaju: Gráfica JAndrade, 2002.

SEIDL, E. A construção de uma ordem: o exército brasileiro o nascimento da “meritocracia” (1850-1930), in: Ciências & Letras, n. 37, 2005.

sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Origem do sobrenome Dantas e algumas genealogias na região Nordeste do Brasil

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Sobrenome relacionado a um lugar em Portugal, que se originou na área chamada Antas, que fazia parte do antigo município de Coura, agora conhecido como Esposende. Este termo provém do latim antae ou antarum, que é o plural de “anta”, que se refere a pilastras que sustentam portas ou contrafortes. Refere-se às estruturas megalíticas pré-históricas que foram descobertas na região.

Não há um acordo claro sobre quem foi o pioneiro a adotar o topônimo como sobrenome, resultando em várias opiniões sobre as linhagens e os nomes associados. Alguns acreditam que a primeira pessoa a usar o sobrenome foi Vasco de Antas, que era vassalo do rei dom Afonso VI de Leão e Castela (1047-1109) e contemporâneo de dom Henriques (1066-1112), conde de Portucale. Outros afirmam que o verdadeiro criador do sobrenome foi Fernão Mendes de Antas, um filho de Dom Fernão Mendes de Bragança, o Bravo, e dona Teresa Soares. Mendes de Bragança tinha como esposa dona Sancha Henriques, que era filha do conde de Portucale. A expressão “de Antas”, que indicava o topônimo, posteriormente passou a ser “d’Antas” e, finalmente, adaptou-se para “Dantas”.

O sobrenome chegou ao Brasil durante o século 16, com Balthazar de Moraes de Antas (por volta de 1540-1600), que, segundo algumas fontes, era descendente de Vasco de Antas. Balthazar desembarcou em São Vicente em 1555 e casou-se com Brites Rodrigues Annes. Em 1579, ele foi escolhido como Juiz Ordinário de São Paulo, mas não conseguiu assumir o cargo devido à acusação de ser “cristão-novo”. Embora tenha provado que não era judeu, ele não ocupou a posição.

Outros indivíduos com os sobrenomes De Anta e Danta também chegaram ao Brasil ao longo dos anos, incluindo Antônio José Dantas, que chegou a Santos em 1912.

No estado do Rio Grande do Norte, há uma cidade chamada Francisco Dantas, em homenagem ao paraibano Francisco Dantas de Araújo, que faleceu em 1942. Na Bahia, a localidade de Cícero Dantas presta homenagem a Cícero Dantas Martins (1838-1903), barão de Jeremoabo e descendente do Coronel João Dantas, que se destacou nas batalhas pela Independência.


Algumas genealogias na região Nordeste do Brasil

Oferecemos este breve ensaio genealógico da prole Dantas no Rio Grande do Norte, tendo como ponto de partida, José de Medeiros Dantas, nascido aproximadamente em 1792. Filho do Capitão João Crisóstomo de Medeiros e Francisca Xavier Dantas. Se casou com a potiguar Maria do O do Nascimento, ela sendo filha dos potiguares Capitão Simplício Francisco Dantas e Anna Francisca de Medeiros. Desse matrimônio tiveram 06 filhos, onde herdaram os sobrenomes: Medeiros, Mercês e de fé.

José de Medeiros Dantas teve 15 netos que herdaram os sobrenomes: Araújo, de fé, Nascimento Silva e Medeiros.

José de Medeiros Dantas teve aproximadamente 38 bisnetos que herdaram os sobrenomes: Medeiros, Dantas, Pinto, de fé, Borges e Cruz. 

 

Com a intenção de ampliar as pesquisas sobre possíveis ascendentes com sobrenome Dantas na região Nordeste do Brasil, seguem mais alguns dados relevantes:

Bahia: Juvêncio Dantas, nascido em 1814 em Itaparica/BA e se casou com Guilhermina Meireles Dantas.

Sergipe: Luiz Vieira Dantas, nascido aproximadamente em 1840 e se casou com Maria Ferreira da Cruz. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

Alagoas: Jacintha Vieira Dantas, nascida aproximadamente em 1845 e se casou com Pedro Vieira de Barros. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

Pernambuco: Manuel José Dantas, nascido aproximadamente em 1813 e se casou com Serafina Siqueira Rocha, ela sendo filha do Coronel Francisco Liberato Siqueira Rocha e Joana Figueiredo de Jesus. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

Paraíba: Antônio Vieira Dantas, nascido aproximadamente em 1852 e se casou com Luíza Maria dos Prazeres. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

Rio Grande do Norte: Maria Ribeiro Dantas, nascida aproximadamente em 1844 e se casou com Manuel Duarte da Silva.

Ceará: Maria do Carmo Dantas, nascida em 1810 e se casou com o Coronel José Vitorino Soares Dantas Filho, ele sendo filho do Juiz José Victorino Soares Dantas e Eufrásia Maria de Almeida. Desse matrimônio tiveram 06 filhos.

Piauí: Maria Victória Dantas, nascida em 1810 e se casou com Raimundo Martins de Sousa, ele sendo filho de Joaquim de Souza Martins e Teresa de Jesus Maria Pereira da Silva. Desse matrimônio tiveram 05 filhos.

Maranhão: Pedro Pereira Dantas, nascido aproximadamente em 1842 e se casou com Alexandrina Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Dantas, D’Antas, AntasDisponível em: >(Dantas, D’Antas, Antas (Sobre Nomes))<. Acesso em 09 de março de 2025.

José de Medeiros Dantas. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/K2NY-FSP)<. Acesso em 09 de março de 2025.

Maria do O do Nascimento. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/K2NY-9D3)<. Acesso em 04 de março de 2025.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Você compartilha DNA com alguém: Isso quer dizer que são parentes?

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Vários testes de DNA, como o da MyHeritage, oferecem uma relação de correspondências genéticas entre os resultados apresentados. A correspondência de DNA, basicamente, revela trechos de material genético que você compartilha com outras pessoas, criando assim uma lista de indivíduos com DNA semelhante ao seu.

Mas o que realmente implica ter DNA em comum? Compartilhar DNA indica, sem dúvida, que duas pessoas são parentes? Para compreender essa questão, é essencial esclarecer que o termo “DNA compartilhado” pode ser um pouco ambíguo. Isso porque todos os humanos compartilham DNA — não apenas entre si, mas também com todos os outros seres vivos do planeta! Aproximadamente 99,9% do DNA humano é idêntico de uma pessoa para outra.

Entretanto, quando abordamos o DNA compartilhado no contexto da genealogia genética, referimo-nos à minúscula fração do DNA responsável pelas diferenças entre os seres humanos. A correspondência de DNA investiga exatamente essa parte e identifica SNPs (polimorfismos de nucleotídeo único) — pequenas variações nas sequências de bases do DNA que ajudam a distinguir seu perfil genético em relação ao da maioria das pessoas.

Portanto, quando se menciona que você compartilha 50% do seu DNA com um pai ou um filho, isso não significa que metade de todo o seu código genético é igual. Na verdade, seus genes são aproximadamente 99,9% idênticos aos de qualquer outro ser humano. Compartilhar 50% do DNA com alguém significa que vocês dividem metade da pequena porção do genoma que varia entre os seres humanos.

Além disso, a quantidade de DNA compartilhado é medida em porcentagens ou em centimorgans (cM), unidade que representa o comprimento dos trechos de DNA. Em média, você herda cerca de 50% do seu DNA de cada um dos genitores — aproximadamente 3.700 cM. Contudo, essa proporção não é exatamente 50%, pois certas partes do DNA são herdadas exclusivamente da mãe (como o DNA mitocondrial) ou do pai (como o cromossomo Y).

Como resultado, irmãos completos normalmente compartilham entre 2.200 cM e 3.400 cM de DNA, o que equivale a cerca de 37,5% a 61%. Essa variação ocorre por causa da recombinação genética: embora ambos recebam metade do DNA de seus pais, os 50% específicos que cada um herda são aleatórios.

Por essa razão, qualquer SNP de um dos pais pode ser transmitido a ambos os irmãos, apenas a um deles ou a nenhum. A única exceção são os gêmeos idênticos, que se desenvolvem a partir de um único óvulo fertilizado que se divide em dois, resultando em DNA 100% idêntico.

Por outro lado, os meio-irmãos compartilham cerca de metade do DNA que irmãos completos compartilham. No entanto, essa proporção também pode variar devido ao caráter aleatório da recombinação genética.

Mas será que é possível ter DNA em comum e não ser, de fato, parente? A resposta é: sim… ou não, dependendo da definição de “parentesco”. Como mencionado anteriormente, todos os humanos compartilham DNA e, portanto, têm ancestrais em comum — a diferença está em quantos milhões de anos é necessário retroceder no tempo para identificá-los.

Além disso, no que diz respeito aos SNPs analisados por plataformas como o MyHeritage, é possível compartilhar segmentos de DNA com uma pessoa listada como correspondência genética, mesmo sem haver ancestrais recentes em comum.

Esse fenômeno é conhecido como “identidade por estado” (IBS), que ocorre quando as semelhanças genéticas surgem por acaso ou foram herdadas de um ancestral muito remoto. Em contrapartida, a “identidade por descendência” (IBD) acontece quando os SNPs em comum foram herdados de um ancestral compartilhado mais recente.

Em suma, quanto mais distante for a correspondência de DNA e menor a quantidade de DNA em comum, menor é a probabilidade de existir um ancestral recente compartilhado. Isso é especialmente comum em populações endogâmicas, como a dos judeus asquenazes, cujos membros têm se casado dentro da própria comunidade por gerações, resultando em um compartilhamento significativo de DNA mesmo sem parentesco próximo.

Por fim, uma maneira essencial de determinar se uma correspondência de DNA sugere um verdadeiro laço familiar é analisar não apenas a quantidade total de DNA compartilhado, mas também o tamanho dos segmentos. Segmentos mais extensos indicam uma maior probabilidade de parentesco. Essas informações estão disponíveis no cartão de correspondência de DNA, na seção “Revisar correspondência de DNA” e também podem ser visualizadas no navegador de cromossomos.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Até quando somos parentes de alguém? Disponível em: >(Até quando somos parentes de alguém? (Blog Genera))<. Acesso em 09 de março de 2025.

Como de fato funciona a herança genética e o teste de DNA. Disponível em: >(https://www.biogenetics.com.br/como-de-fato-funciona-a-heranca-genetica-e-o-teste-de-dna)<. Acesso em 04 de março de 2025.

O que é uma correspondência de DNA? Noções básicas. Disponível em: >(https://nebula.org/blog/dna-match/)<. Acesso em 04 de março de 2025.

Quanto DNA você compartilha com cada membro da sua família? Disponível em: >(https://blog.meudna.com/quanto-dna-voce-compartilha-com-cada-membro-da-sua-familia/)<. Acesso em 04 de março de 2025.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Alguns Albuquerques do Ceará: A genealogia de um Senador do século XIX

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Senador Manoel Bezerra de Albuquerque Júnior, filho do Major Manoel Bezerra de Albuquerque e Antônia Felismina da Purificação de Jesus Monteiro Gondim, nascido aproximadamente em 1843 e em 1ª núpcia se casou com Luísa Torres de Albuquerque, ela sendo filha dos cearenses José Varonil Bezerra de Albuquerque e Jesuína Cavalcante Torres de Albuquerque. Desse matrimônio tiveram 03 filhos. São eles:

1. Maria Luísa de Albuquerque Lima, nascida em 1872 em Fortaleza/CE e se casou com Joaquim Lima, ele sendo filho de Raimundo José da Silva e Francisca Cândida de Jesus Correia Silva. Desse matrimônio tiveram 06 filhos. São eles:

1.1. Stênio Caio de Albuquerque Lima, nascido em 1897 em Fortaleza/CE e se casou com Luísa Cassales, ela sendo filha do italiano Luigi Casali e Maria do Carmo Santos Rego. Desse matrimônio tiveram 02 filhos. 

1.2. Jairo Jair de Albuquerque Lima, nascido em 1898 em Fortaleza/CE e se casou com Ayr da Silva Mello, ela sendo filha de Theodoro Silveira Mello e Edwirges Goés da Silva. 

1.3. Maria Luísa de Albuquerque Lima, nascida em 1903 em Fortaleza/CE e se casou com Luiz Gonzaga Nogueira Lima, ele sendo filho de Emygdio Nogueira Lima e Maria Vicência de Paula Paiva. 

1.4. Hilda de Albuquerque Lima, nascida em 1905 em Fortaleza/CE e se casou com Carlos Alves Lopes, ele sendo filho de João Batista Lopes e Francisca Alves. Desse matrimônio tiveram 07 filhos. 

1.5. José Varonil de Albuquerque Lima, nascido em 1906 em Fortaleza/CE e em 1ª núpcia se casou com Francisca Aracy Gomes Fontenele, ela sendo filha João Damasceno Fontenelle e Maria Laura Ferreira Gomes. Desse matrimônio tiveram 01 filho. 

José Varonil em 2ª núpcia se casou com Iná Bastos


1.6. Afonso Augusto de Albuquerque Lima, nascido em 1908 em Fortaleza/CE e se casou com Maria Helena Moreira de Souza, ela sendo filha Joaquim Pinto Moreira de Sousa e Iracema de Sousa Carvalho. Desse matrimônio tiveram 02 filhas. 


2. Cecília, nascida em 1884 em Fortaleza/CE.

3. Affonso Bezerra de Albuquerque


Senador Manoel em 2ª núpcia se casou com Andrea Vianna de Saboya, ela sendo filha do Tenente Coronel Joaquim Carlos de Saboya e Josepha Vianna Saboya. Desse matrimônio tiveram 02 filhos. São eles:

4. Hugo Bezerra de Albuquerque, nascido em 1891 no Rio de Janeiro e se casou com Cenyra Gonçalves Albuquerque, ela sendo filha do Capitão Manoel José Gonçalves e Izabel Leopoldina Gonçalves. Desse matrimônio tiveram 04 filhas. São elas:

4.1. Cecília Albuquerque de Magalhães, nascida em 1916 no Rio de Janeiro/RJ.

4.2. Carmen Lúcia Bezerra de Albuquerque, nascida em 1917 no Rio de Janeiro/RJ.

4.3. Dirce Bezerra de Albuquerque, nascida em 1919 no Rio de Janeiro/RJ.

4.4. Conceição Bezerra de Albuquerque, nascida em 1920 no Rio de Janeiro/RJ.


5. Carmen Albuquerque Bastos, nascida em 1892 em Fortaleza/CE.


Ancestralidade do Senador Manoel 

Avós paternos: Francisco Félix Bezerra de Albuquerque e Ana Clara de Jesus

Avós maternos: Alferes José Monteiro Gondim e Rosa Gertrudes de Jesus

Bisavós paternos:

Bisavós maternos: João Velho de Oliveira Gondim e Antônia Maria do Nascimento; Capitão Domingos Rodrigues da Cunha e Maria Moreira de Sousa


Quem foi o Senador Manoel Bezerra?

(Texto compartilhado no dia 14 de abril de 2025 por Kleiton de Sousa Moraes)

Participou da Guerra do Paraguai (1864-1870), retornando com a classificação de capitão, além de diversas medalhas e reconhecimentos de bravura. Aposentou-se em 1883 no grau de major e começou a atuar na Prefeitura de Fortaleza como assistente de um engenheiro da Câmara Municipal. Convicto de suas crenças republicanas, tornou-se uma figura relevante na afirmação da República no Ceará durante a ocupação do palácio governamental e a aclamação do novo líder do estado, o Tenente Coronel Luís Antônio Ferraz (1889-1891). Logo depois, foi nomeado como secretário dos Assuntos da Guerra.

Diante das posturas centralizadoras do governo de Deodoro da Fonseca (1889-1891), começou a tramitar conspirações no Rio de Janeiro e no Ceará. Em 1890, foi eleito senador pelo Ceará para o Congresso Nacional Constituinte. Tomou posse em 15 de novembro de 1890, onde participou da redação da Constituição que foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891 e, com a abertura da legislatura regular em junho, passou a integrar o Senado Federal.

Em 1892, ainda como senador, liderou a Escola Militar e as tropas federais que bombardearam o palácio do governo do Ceará durante a deposição de Clarindo de Queirós (1891-1892), que era aliado de Deodoro. Faleceu em Fortaleza no dia 12 de abril de 1892 enquanto exercia seu mandato.



Texto de Patrício Holanda



Referências bibliográficas:

Andrea Vianna de Saboya. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G71Z-F7W)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

GIRÃO, V. Ceará ( p.61); LEITE NETO, L. Catálogo biográfico ( v.3, p.1963/4). 

José Soares de Vasconcellos II. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G3YD-34T)<. Acesso em 06 de maio de 2025.

Luísa Torres de Albuquerque. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GMKS-XJP)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

Senador Manoel Bezerra de Albuquerque Junior. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GMKS-DR4)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.