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sábado, 12 de agosto de 2023

Conheça a história do lendário vaqueiro Antônio Muquila

 

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Vaqueiro Antônio Muquila

Antônio Francelino do Nascimento, mais conhecido popularmente como Antônio Muquila, nasceu em 30 de maio de 1931 no município de Pau dos Ferros/RN, Brasil. Era filho de Francisco Francelino do Nascimento e Otília Pinheiro da Silva. Neto paterno de Marcellino Gonçalves do Nascimento e Antônia Maria da Conceição e neto materno de Joaquim Pereira de Paiva e Maria Pinheiro da Silva. 

Uma das lembranças na infância de Antônio Muquila  era que seu pai era dono de grandes propriedades rurais, plantações e pecuária. Trabalhava nas plantações e na colheita com o pai e os irmãos, mas o que Antônio Muquila mais gostava eram as corridas de cavalos. Sua maior inspiração foi seu tio, o vaqueiro João Francelino, que era irmão do pai. Com a morte de seu pai Francisco Francelino em 1948, Antônio Muquila, com 17 anos, passou a ser o provedor do sustento da família juntamente com sua mãe Otília Pinheiro e os outros irmãos mais velhos. Eles trabalharam arduamente na agricultura e Antônio Muquila foi contratado pelos coronéis da região para criar gado e capturar os animais que se perdiam na densa na mata fechada.

Durante suas ocasionais viagens ao município de Pau dos Ferros/RN, apaixonou-se pela prima Francisca Augusta do Nascimento, popularmente conhecida como Quinha e em alguma dessas viagens esporádicas, pediu a mão de Quinha ao pai dela, Francisco Francelino. Porém, o que Antônio Muquila não esperava era que seu parente e pai de Quinha rejeitasse o pedido de casamento.  Francisco Francelino explicou a Antônio Muquila o motivo da recusa, para dizer que Quinha não era uma adolescente saudável.  Antônio Muquila saiu com muitos pensamentos na cabeça, embora não tivesse descartado a possibilidade de Quinha se tornar sua esposa.

Em outras viagens por Pau dos Ferros/RN, Antônio Muquila viu o pai de Quinha fora de sua propriedade e colocou em prática uma ideia repentina de ir as pressas para a fazenda Dubrabo e convidar sua prima Quinha para fugirem e foi dessa maneira que ele fez. Ao chegar na localidade Riacho do Meio, viu Quinha no terreiro e acenou para ela. Quinha foi até a cancela da fazenda falar com Antônio Muquila e rapidamente ele fez o convite para ela. Instantaneamente Quinha respondeu que sim.

Montou no cavalo com Antônio e galoparam em direção a Taboleiro Grande/RN.  Tiveram 09 filhos, são eles: Eliene, Francisco Neto, Edverton, Erivan, Eridan, Otília, João, Eliéser e Edi.

Antônio Muquila se destaca na comunidade pelo serviço prestado como vaqueiro, cuidando da propriedade de algum coronel e capturando animais vadios na mata. Antônio e Quinha moraram em Taboleiro Grande, Sítio Melancias, Sítio Três Marias, Sítio Malaquias, quase sempre a serviço de algum coronel ou de um fazendeiro. 

Durante sua vida trabalhou para agricultores e coronéis. São eles: Antônio de Bessa, que tinha uma fazenda entre Sítio Melancias e Taboleiro Grande/RN, também trabalhava para seu primo Avião Rêgo, na Fazenda Tronco do Angico, foi vaqueiro na Fazenda Cangaíra para Messias Targino, foi vaqueiro no Sítio de Eliseu Porto e também vaqueiro na Fazenda Armaretu, que ficava por trás da cidade de Pau dos Ferros.

Já idoso e morador de Taboleiro Grande, Antônio Muquila decidiu adotar uma menina, de nome Patrícia Augusta. Poucos anos após a adoção de Patrícia, Antônio se separa de Quinha e volta a morar na propriedade de seus pais, no Sítio Cachoeira, onde fica a 5 km de distância da cidade de Taboleiro Grande.  Antônio teve outro casamento, mas neste não teve filhos.

Faleceu em 4 de maio de 2003 em um hospital de Natal/RN em decorrência do cobreiro. Antônio Muquila está sepultado no cemitério municipal de Taboleiro Grande. 

A biografia de Antônio Muquila está presente no livro "Família Francelino Queiroz", escrito por Eugênio Pacelly Alves.

 

A arte do vaqueiro: capturar os animais da mata densa

O vaqueiro, figura emblemática da vila, desempenha papel vital no manejo do gado em locais de difícil acesso, como a mata densa utilizando o facão como uma de suas principais ferramentas, ele abre caminho em meio à vegetação densa, garantindo movimentação e capturando animais com habilidade e precisão.

Este trabalho, além de exigir força física, exige um conhecimento profundo do solo e das técnicas de criação, transmitidas de geração em geração. O facão não é apenas uma ferramenta cortante, mas um símbolo da força e destreza do vaqueiro. Com ele você pode abrir caminhos, cortar pequenos arbustos e até se proteger de possíveis ameaças naturais.

A importância desta profissão na cultura do Nordeste reflete também a relação de respeito e harmonia entre o homem e a natureza, destacando o vaqueiro como guardião das tradições seculares. A vida desafiadora do vaqueiro ainda serve de inspiração para muitos, sendo frequentemente retratada em livros, filmes e canções populares.  



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referência bibliográfica:

Vaqueiro: um herói nordestino. Disponível em: >(Vaqueiro; um herói nordestino – Jornal Correio da Semana)<. Acesso em 09 de maio de 2023.

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