Vaqueiro Antônio Muquila
Antônio
Francelino do Nascimento, mais conhecido popularmente como Antônio Muquila,
nasceu em 30 de maio de 1931 no município de Pau dos Ferros/RN, Brasil. Era
filho de Francisco Francelino do Nascimento e Otília Pinheiro da Silva. Neto
paterno de Marcellino Gonçalves do Nascimento e Antônia Maria da Conceição e
neto materno de Joaquim Pereira de Paiva e Maria Pinheiro da Silva.
Uma das
lembranças na infância de Antônio Muquila
era que seu pai era dono de grandes propriedades rurais, plantações e
pecuária. Trabalhava nas plantações e na colheita com o pai e os irmãos, mas o
que Antônio Muquila mais gostava eram as corridas de cavalos. Sua maior
inspiração foi seu tio, o vaqueiro João Francelino, que era irmão do pai. Com a
morte de seu pai Francisco Francelino em 1948, Antônio Muquila, com 17 anos,
passou a ser o provedor do sustento da família juntamente com sua mãe Otília
Pinheiro e os outros irmãos mais velhos. Eles trabalharam arduamente na
agricultura e Antônio Muquila foi contratado pelos coronéis da região para
criar gado e capturar os animais que se perdiam na densa na mata fechada.
Durante
suas ocasionais viagens ao município de Pau dos Ferros/RN, apaixonou-se pela
prima Francisca Augusta do Nascimento, popularmente conhecida como Quinha e em alguma
dessas viagens esporádicas, pediu a mão de Quinha ao pai dela, Francisco
Francelino. Porém, o que Antônio Muquila não esperava era que seu parente e pai
de Quinha rejeitasse o pedido de casamento.
Francisco Francelino explicou a Antônio Muquila o motivo da recusa, para
dizer que Quinha não era uma adolescente saudável. Antônio Muquila saiu com muitos pensamentos
na cabeça, embora não tivesse descartado a possibilidade de Quinha se tornar
sua esposa.
Em
outras viagens por Pau dos Ferros/RN, Antônio Muquila viu o pai de Quinha fora
de sua propriedade e colocou em prática uma ideia repentina de ir as pressas
para a fazenda Dubrabo e convidar sua prima Quinha para fugirem e foi dessa
maneira que ele fez. Ao chegar na localidade Riacho do Meio, viu Quinha no terreiro
e acenou para ela. Quinha foi até a cancela da fazenda falar com Antônio
Muquila e rapidamente ele fez o convite para ela. Instantaneamente Quinha
respondeu que sim.
Montou
no cavalo com Antônio e galoparam em direção a Taboleiro Grande/RN. Tiveram 09 filhos, são eles: Eliene,
Francisco Neto, Edverton, Erivan, Eridan, Otília, João, Eliéser e Edi.
Antônio
Muquila se destaca na comunidade pelo serviço prestado como vaqueiro, cuidando
da propriedade de algum coronel e capturando animais vadios na mata. Antônio e
Quinha moraram em Taboleiro Grande, Sítio Melancias, Sítio Três Marias, Sítio
Malaquias, quase sempre a serviço de algum coronel ou de um fazendeiro.
Durante
sua vida trabalhou para agricultores e coronéis. São eles: Antônio de Bessa,
que tinha uma fazenda entre Sítio Melancias e Taboleiro Grande/RN, também
trabalhava para seu primo Avião Rêgo, na Fazenda Tronco do Angico, foi vaqueiro
na Fazenda Cangaíra para Messias Targino, foi vaqueiro no Sítio de Eliseu Porto
e também vaqueiro na Fazenda Armaretu, que ficava por trás da cidade de Pau dos
Ferros.
Já
idoso e morador de Taboleiro Grande, Antônio Muquila decidiu adotar uma menina,
de nome Patrícia Augusta. Poucos anos após a adoção de Patrícia, Antônio se
separa de Quinha e volta a morar na propriedade de seus pais, no Sítio
Cachoeira, onde fica a 5 km de distância da cidade de Taboleiro Grande. Antônio teve outro casamento, mas neste não
teve filhos.
Faleceu
em 4 de maio de 2003 em um hospital de Natal/RN em decorrência do cobreiro.
Antônio Muquila está sepultado no cemitério municipal de Taboleiro Grande.
A biografia de Antônio Muquila está presente no livro "Família Francelino Queiroz", escrito por Eugênio Pacelly Alves.
A arte
do vaqueiro: capturar os animais da mata densa
O
vaqueiro, figura emblemática da vila, desempenha papel vital no manejo do gado
em locais de difícil acesso, como a mata densa utilizando o facão como uma de
suas principais ferramentas, ele abre caminho em meio à vegetação densa,
garantindo movimentação e capturando animais com habilidade e precisão.
Este
trabalho, além de exigir força física, exige um conhecimento profundo do solo e
das técnicas de criação, transmitidas de geração em geração. O facão não é
apenas uma ferramenta cortante, mas um símbolo da força e destreza do vaqueiro.
Com ele você pode abrir caminhos, cortar pequenos arbustos e até se proteger de
possíveis ameaças naturais.
A
importância desta profissão na cultura do Nordeste reflete também a relação de
respeito e harmonia entre o homem e a natureza, destacando o vaqueiro como
guardião das tradições seculares. A vida desafiadora do vaqueiro ainda serve de
inspiração para muitos, sendo frequentemente retratada em livros, filmes e
canções populares.
Referência
bibliográfica:
Vaqueiro: um herói nordestino. Disponível em: >(Vaqueiro; um herói nordestino – Jornal Correio da Semana)<. Acesso em 09 de maio de 2023.
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