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terça-feira, 27 de agosto de 2024

Cococi no Ceará e a família Alves Feitosa

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Filhos e netos de portugueses, os alagoanos e residentes no Engenho dos Currais de Serinhaém em Pernambuco, a família Feitosa temendo perseguições devido a ocorridos envolvendo Lourenço Alves Feitosa e o irmão Francisco Alves Feitosa, se mudaram para o estado do Ceará, fixando residência temporária no vale do Jaguaribe, já que a condição climática para a agropecuária não era tão boa quanto no sul do estado. Dessa maneira, posteriormente foram embora para o sul do estado, nas proximidades de Icó. Lourenço Alves Feitosa, que ganhou o título de Alferes Comissário, deixou a esposa Antônia e o filho Lourenço em Pernambuco e foi acompanhar o irmão Francisco.

No coração do sertão cearense, onde a aridez do clima molda a vida e o tempo parece ter uma marcha própria, repousa a cidade fantasma de Cococi. Foi construída pelo Coronel Francisco Alves Feitosa, o maior latifundiário da região se casou com Isabel do Monte, que era irmã do Capitão-mor Geraldo do Monte e do Francisco do Montes e Silva. Foi em Cococi onde nasceram parte dos primeiros descendentes da família Feitosa, filhos do Francisco Alves Feitosa. Foram eles: Capitão-mor Pedro Alves Feitosa, Coronel Manoel Ferreira Ferro e Josefa Alves Feitosa. Localizada nas proximidades de Parambu, Cococi é um testemunho silencioso das dinâmicas históricas e sociais que marcaram a região dos Inhamuns entre os séculos XVIII e XIX. Seu abandono e as histórias que dele surgem revelam muito sobre as adversidades e o espírito de resistência das comunidades locais.

A família Feitosa, que desempenhou um papel crucial na história de Cococi e da região dos Inhamuns, chegou à área por volta de 1705. Com habilidades notáveis na agricultura e na criação de gado, os Feitosa rapidamente se destacaram como uma das famílias mais influentes da região. Seu envolvimento com a política local, a economia e a gestão de grandes propriedades contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento da cidade e de suas redondezas.

O período de 1700 a 1850 foi marcado por desafios significativos para os Feitosa e para a região em geral. O conflito envolvendo a família Feitosa e Monte, a instabilidade econômica e as mudanças políticas impactaram profundamente a vida na região. Apesar desses desafios, a família Feitosa conseguiu manter uma posição de destaque, enfrentando com resiliência as adversidades e contribuindo para a estrutura social e econômica do sertão.

Os descendentes dos numerosos Feitosas continuaram a ocupar Cococi, situada dentro de uma fazenda. Foi elevada a distrito e anexado ao município de Tauá.

Em 1957, o distrito Cococi passou a ser integrante do município recém-criado Parambu.

Em 1960, Cococi que já era município contava com mais de 4.000 habitantes, mas em 1965, uma nova lei estadual extinguiu o município Cococi que retornou a ser distrito de Parambu. Os motivos para tal feito até hoje não foram esclarecidos, ficando apenas com os murmúrios que rolavam nessa época.

A relação entre a família Feitosa e Cococi é um exemplo das complexas interações entre famílias influentes e as mudanças regionais. À medida que a cidade prosperava, a influência dos Feitosa se expandia. Contudo, o declínio de Cococi também refletiu nas condições da família, que enfrentou o mesmo conjunto de dificuldades que afetou a comunidade em geral. A transição de Cococi de um próspero assentamento para uma cidade fantasma ilustra o impacto das forças ambientais e econômicas na vida das famílias locais.

Hoje, Cococi e a história da família Feitosa servem como um microcosmo para o estudo das dinâmicas regionais no sertão cearense. As ruínas da cidade fantasma e as histórias da família Feitosa oferecem uma visão sobre a vida no sertão, as adversidades enfrentadas pelos habitantes e a cultura das comunidades locais. Estudar essa parte da história é essencial para compreender como o sertão cearense evoluiu ao longo do tempo e como as famílias locais moldaram e foram moldadas pelos desafios de seu ambiente.

Daquele tempo, ainda resta a Igreja Matriz, algumas dúzias de moradores e os visitantes esporádicos que visitam as ruínas, que são as atrações do lugar.

A história de Cococi e dos criadores da família Feitosa é um testemunho da complexidade da vida no sertão nordestino e da maneira como as histórias locais se entrelaçam com as grandes narrativas históricas do Brasil.

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

COSTA, George Ferreira da. A cidade escrita no tempo: memória, política e viveres urbanos em Cococi/CE. Picos: UFPI, TCC, (60 f.), 2017.

Quem vive ali: conheça Cococi, a cidade-fantasma do Ceará. Disponível em: >(Quem vive ali: conheça Cococi, a 'cidade-fantasma' do Ceará | Quem vive ali | G1 (globo.com))<. Acesso em 23 de agosto de 2024.

Coronel Francisco Alves Feitosa. Disponível em: >(Coronel Francisco Alves Feitosa (1682–Falecido) • Pessoa • Árvore familiar • FamilySearch)<. Acesso em 25 de agosto de 2024.

Feitosas x Montes. As poderosas famílias dos Inhamuns Disponível em: >(Fortaleza em Fotos e Fatos: Feitosas x Montes - As Poderosas Famílias do Sertão dos Inhamuns)<. Acesso em 26 de agosto de 2024.

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