A colonização
portuguesa do Brasil em 1565 teve profundas consequências na formação das
cidades e na cultura local. Um exemplo é Penedo, que surgiu como núcleo urbano
às margens do rio São Francisco, depois como referência na divisa sul da
Capitania de Pernambuco.
A localização
estratégica do rio foi crucial para o desenvolvimento económico da
cidade, servindo como ponto de ligação entre o interior e o litoral. Embora o
domínio português fosse predominante, a presença de outras potências europeias,
como os holandeses e os franceses, também deixou a sua marca.
Essas influências
refletiram-se na arquitetura colonial e principalmente nos estilos barrocos dos
templos religiosos da época. Portugal introduziu a estrutura urbana organizada
em torno de igrejas e praças centrais, enquanto o Barroco apareceu na elaborada
decoração das fachadas e interiores dos edifícios religiosos. Penedo, que mais
tarde passou a fazer parte de Alagoas, foi um dos primeiros exemplos dessa
mistura de estilos.
A cidade reflete a
combinação de influências europeias, especialmente no seu centro histórico,
onde igrejas e edifícios coloniais contam a história de um Brasil em
desenvolvimento. Além de centro religioso, Penedo também foi ponto estratégico
de defesa contra invasores estrangeiros no Nordeste brasileiro. O núcleo inicial de Penedo desenvolveu-se às margens do rio São Francisco, marcando o
limite sul da capitania de Pernambuco, região que sediou Alagoas dois séculos
depois.
Existem duas versões
sobre a origem do concelho de Penedo. Primeiro, a criação do país está ligada a
Duarte Coelho Pereira, primeiro capitão titular de Pernambuco, que participou
de viagens exploratórias ao longo do rio São Francisco. O segundo atribui essa
responsabilidade ao filho, Duarte Coelho de Albuquerque, que sucedeu ao capitão
e organizou duas bandeiras: uma destinada ao norte de Olinda e outra ao sul,
por volta de 1560.
Em 1636 foi elevada a
Vila de São Francisco, e no final do século XVII passou a denominar-se Penedo
do Rio São Francisco. Mas antes mesmo de
formar a vila de São Francisco, o crescente negócio açucareiro favoreceu a
construção das capelas de Santo Antônio (1615) e de Nossa Senhora do Rosário
dos Pretos (1634). Ocupada pelas tropas holandesas lideradas por Maurício de
Nassau, em 1637, para garantir o acesso exclusivo ao continente através do rio
São Francisco, a vila voltou ao domínio português apenas oito anos depois, com
o nome de Vila do Penedo do Rio São Francisco.
Em 1842, elevada à
categoria de cidade, passou a ser chamada simplesmente de Penedo. As sesmarias
eram terras abandonadas pertencentes a Portugal e dadas para ocupação, primeiro
no território português, depois na colônia do Brasil, onde durou de 1530 a
1822.
O sistema é utilizado
desde o século XII em terras comuns, municipais ou comunais. O nome sesmaria
deriva de sesmar, separar. Nesse sistema, as terras cultivadas das comunidades
eram distribuídas de acordo com o número de habitantes e depois sorteadas.
O objetivo era
garantir o cultivo das áreas, denominadas sesmo, porque correspondem a um sexto
do valor de cada parcela. Cada sesmaria tinha cerca de 6.500 metros quadrados.
A mesma medida adotada em Portugal foi posteriormente implementada no
Brasil.
O sistema de sesmaria
foi adotado pelo Reino de Portugal após a expulsão dos árabes, processo que
começou no século XI e só terminou no século XV. A distribuição das terras
baseou-se na lei de Dom Fernando I, de 1375, e manteve-se também nos reinados
de Filipe, Manuel e Afonso.
Muitas sesmarias
estavam sob o controle da Ordem de Cristo, sucessora da Ordem dos Templários e
mais tarde chamada de Ordem de Cristo. Isto contribuiu para a consolidação do
território português, ajudando a expulsar os mouros e contribuindo para a atividade
marítima ultramarina.
Foi em Penedo do Rio
que São Francisco desembarcou o capitão João Álvares Cavalcanti (João Alves
Feitosa) e seu irmão José Álvares Cavalcanti a pedido da coroa portuguesa.
Mais tarde, o Capitão
João casou-se com Ana Gomes Vieira, ela sendo filha legítima de Manuel Martins
Chaves e Maria da Cruz Portocarreiro. É também em Penedo que nasceram por volta
de 1682 o colonizador de Cococi, no sertão dos Inhamuns, o Coronel Francisco
Alves Feitosa e seu irmão Lourenço Alves Feitosa.
Texto adaptado por Eugênio Pacelly Alves
Referências bibliográficas:
CHANDLER, Billy. J. Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns. Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, 1980.
Para a história do Ceará. Disponível em: >(1929-1930-ParaaHistoriadoCeara.pdf (institutodoceara.org.br))<. Acesso em 19 de dezembro de 2023.
História - Penedo (AL). Disponível em: >(Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)<. Acesso em 21 de dezembro de 2023.
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