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A colonização
portuguesa do Brasil em 1500 por meio da expedição de Pedro Álvares Cabral teve profundas consequências na formação das
cidades e na cultura local. Um exemplo é Penedo, que surgiu como núcleo urbano
às margens do rio São Francisco, depois como referência na divisa sul da
Capitania de Pernambuco.
ATUALIZAÇÃO (Atualização feita no dia 16 de março de 2025 às 07:00h): Na primeira versão desta pauta, o blog GuardaChuva Educação publicou que o Capitão João Álvares Cavalcanti era o mesmo João Álvares Feitosa. A informação atualizada de que o Capitão João Álvares Cavalcanti se tratava do mesmo Capitão João Álvares Feitosa foi atualizada no texto ainda na manhã deste dia (16) após contato por via whatsapp de um pesquisador genealógico autônomo por não encontrarmos a(s) fonte(s) que respaldavam a informação.
A localização
estratégica do rio foi crucial para o desenvolvimento econômico da
cidade. Embora o
domínio português pela região Nordeste do Brasil fosse predominante, a presença de outras potências europeias como os holandeses e os franceses, também deixou a sua marca.
Essas
influências refletiram-se na arquitetura colonial e principalmente nos estilos
barrocos dos templos religiosos da época. Representações de anjos e estruturas de madeira também eram
comumente empregadas. A arte barroca refletia a situação que a Igreja Católica
vivia e sua urgência em reconquistar a devoção dos fiéis após a reforma protestante. Penedo, que mais tarde passou a fazer parte de Alagoas, foi
um dos primeiros exemplos dessa mistura de estilos.
A cidade reflete a combinação de influências europeias, especialmente no seu centro histórico, onde igrejas e edifícios coloniais contam a história de um Brasil em desenvolvimento.
Há duas versões
sobre a origem do município de Penedo. Primeiro, a criação do país está ligada a
Duarte Coelho Pereira, primeiro capitão titular de Pernambuco, que participou
de viagens exploratórias ao longo do rio São Francisco. O segundo atribui essa
responsabilidade ao filho, Duarte Coelho de Albuquerque, que sucedeu ao capitão
e organizou duas bandeiras: uma destinada ao norte de Olinda e outra ao sul,
por volta de 1560.
Em 1636 foi elevada a
Vila de São Francisco, e no final do século XVII passou a denominar-se Penedo
do Rio São Francisco. Mas antes mesmo de
formar a vila de São Francisco, o crescente negócio açucareiro favoreceu a
construção das capelas de Santo Antônio (1615) e de Nossa Senhora do Rosário
dos Pretos (1634). Ocupada pelas tropas holandesas lideradas por Maurício de
Nassau, em 1637, para garantir o acesso exclusivo ao continente através do rio
São Francisco, a vila voltou ao domínio português apenas oito anos depois, com
o nome de Vila do Penedo do Rio São Francisco.
Em 1842, elevada à
categoria de cidade, passou a ser chamada simplesmente de Penedo. As sesmarias
eram terras abandonadas pertencentes a Portugal e dadas para ocupação, primeiro
no território português, depois na colônia do Brasil, onde durou de 1530 a
1822.
O sistema é utilizado
desde o século XII em terras comuns, municipais ou comunais. O nome sesmaria
deriva de sesmar, separar. Nesse sistema, as terras cultivadas das comunidades
eram distribuídas de acordo com o número de habitantes e depois sorteadas.
O objetivo era
garantir o cultivo das áreas, denominadas sesmo, porque correspondem a um sexto
do valor de cada parcela. Cada sesmaria tinha cerca de 6.500 metros quadrados.
A mesma medida adotada em Portugal foi posteriormente implementada no
Brasil.
O sistema de sesmaria
foi adotado pelo Reino de Portugal após a expulsão dos árabes, processo que
começou no século XI e só terminou no século XV. A distribuição das terras
baseou-se na lei de Dom Fernando I, de 1375, e manteve-se também nos reinados
de Filipe, Manuel e Afonso.
Muitas sesmarias
estavam sob o controle da Ordem de Cristo, sucessora da Ordem dos Templários e
mais tarde chamada de Ordem de Cristo. Isto contribuiu para a consolidação do
território português, ajudando a expulsar os mouros e contribuindo para a atividade
marítima ultramarina.
De acordo com a maioria dos pesquisadores, o primeiro Feitosa a estabelecer-se no Brasil foi o português João Alves Feitosa, que provavelmente chegou na primeira metade do século XVII. Ele se fixou na vila de Penedo, atualmente localizada no Estado de Alagoas, próximo ao Rio de São Francisco.
Apesar da incerteza sobre quando João Alves Feitosa realmente chegou ao Brasil, o documento mais antigo mencionado pelos estudiosos sobre o tema é datado de 18 de maio de 1680. Nesse dia, ele recebeu uma concessão de terras, no Rio de São Francisco, de 40 léguas, que seriam divididas entre seus companheiros.
“Sesmaria de 40 léguas em quadra no Rio de São Francisco, donde se acha um riacho chamado Rio do Araripecico, correndo do dito rio para a parte do poente em continuação, fazendo pião no Cororopénico, e do mesmo rio abaixo até intestar com terras povoadas, concedida em 18 de maio de 1680 ao Capitão Antonio Velho Tinoco, Lourenço Álvares, Capitão João Álvares Feitosa, Agostinho Álvares, Duarte Lopes, Lourenço Cordeiro, Antônio Barbosa Pascoal Dias, Antônio da Caldeira, e João de Souza, e seus herdeiros, pelo Governador Ayres de Souza de Castro, sem foro ou pensão alguma, salvo o dízimo a Deus”.
Mais tarde, o Capitão João casou-se com Ana Gomes Vieira, ela sendo filha legítima de Manuel Martins Chaves e Maria da Cruz Portocarreiro. Supostamente em Penedo que nasceram por volta de 1682 o Coronel Francisco Alves Feitosa e seu irmão Lourenço Alves Feitosa.
Texto adaptado por Eugênio Pacelly Alves
Referências bibliográficas:
CHANDLER, Billy. J. Os Feitosas e o Sertão dos Inhamuns. Fortaleza, Universidade Federal do Ceará, 1980.
Para a história do Ceará. Disponível em: >(1929-1930-ParaaHistoriadoCeara.pdf (institutodoceara.org.br))<. Acesso em 19 de dezembro de 2023.
História - Penedo (AL). Disponível em: >(Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)<. Acesso em 21 de dezembro de 2023.
João Álvares Feitosa. Disponível em: >(João Álvares Feitosa (Geni))<. Acesso em 09 de março de 2025.
José Álvares Cavalcanti. Disponível em: >(José Álvares Cavalcanti (Geni))<. Acesso em 09 de março de 2025.

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